Avaliação das Contas Regionais do Piauí 2003-2006
O Produto Interno Bruto (PIB) do Piauí em 2006 teve variação real da ordem de 6,1%, foi o terceiro maior crescimento do Nordeste e ficou entre as seis Unidades da Federação que mais cresceram, tendo seu crescimento suplantado apenas pelos Estados do Ceará (8%), Espírito Santo (7,7%), Pará (7,1%), Paraíba (6,7%), e Roraima (6,3%). No mesmo período o PIB do Brasil cresceu 4% e o do Nordeste, 4,8%.
Ao analisarmos a produção de bens e serviços em 2006, constata-se que a taxa de crescimento real do Estado de 6,1% foi impulsionada, sobretudo pelas atividades de Comércio, Construção, e Intermediação Financeira.
Tabela 1 - Composição do Produto Interno Bruto do Brasil a preços de mercado corrente | ||||||
E variação real, segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação - 2006. | ||||||
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Grandes Regiões |
Valor (R$1 000 000 ) | |||||
Valor adicionado |
Impostos |
Produto interno |
Variação real | |||
Brasil |
2 034 734 |
335 063 |
2 369 797 |
4,0 | ||
Norte |
105 718 |
14 296 |
120 014 |
4,8 | ||
Rondônia |
11 550 |
1 560 |
13 110 |
3,6 | ||
Acre |
4 388 |
447 |
4 835 |
5,4 | ||
Amazonas |
32 986 |
6 180 |
39 166 |
2,6 | ||
Roraima |
3 382 |
278 |
3 660 |
6,3 | ||
Pará |
39 835 |
4 541 |
44 376 |
7,1 | ||
Amapá |
4 898 |
362 |
5 260 |
5,8 | ||
Tocantins |
8 680 |
927 |
9 607 |
3,1 | ||
Nordeste |
271 422 |
39 753 |
311 175 |
4,8 | ||
Maranhão |
25 706 |
2 915 |
28 621 |
5,0 | ||
Piauí |
11 387 |
1 403 |
12 790 |
6,1 | ||
Ceará |
40 597 |
5 713 |
46 310 |
8,0 | ||
Rio Grande do Norte |
18 042 |
2 515 |
20 557 |
4,8 | ||
Paraíba |
17 877 |
2 076 |
19 953 |
6,7 | ||
Pernambuco |
47 662 |
7 843 |
55 505 |
5,1 | ||
Alagoas |
14 117 |
1 636 |
15 753 |
4,4 | ||
Sergipe |
13 492 |
1 634 |
15 126 |
4,1 | ||
Bahia |
82 541 |
14 018 |
96 559 |
2,7 | ||
Sudeste |
1 138 641 |
206 869 |
1 345 510 |
4,1 | ||
Minas Gerais |
187 647 |
27 166 |
214 814 |
3,9 | ||
Espírito Santo |
42 649 |
10 133 |
52 782 |
7,7 | ||
Rio de Janeiro |
233 814 |
41 549 |
275 363 |
4,0 | ||
São Paulo |
674 530 |
128 022 |
802 552 |
4,0 | ||
Sul |
336 828 |
49 909 |
386 737 |
3,3 | ||
Paraná |
119 588 |
17 093 |
136 681 |
2,0 | ||
Santa Catarina |
81 572 |
11 601 |
93 173 |
2,6 | ||
Rio Grande do Sul |
135 668 |
21 214 |
156 883 |
4,7 | ||
Centro-Oeste |
182 125 |
24 236 |
206 361 |
2,8 | ||
Mato Grosso do Sul |
20 716 |
3 639 |
24 355 |
5,2 | ||
Mato Grosso |
30 993 |
4 291 |
35 284 |
-4,6 | ||
Goiás |
50 344 |
6 747 |
57 091 |
3,1 | ||
Distrito Federal |
80 071 |
9 559 |
89 630 |
5,4 | ||
|
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| ||
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais, Contas Regionais do Brasil 2005 /Fundação CEPRO.
O Produto Interno Bruto-PIB do Piauí a preço de mercado corrente atingiu o montante de R$12.790 bilhões, contra R$11.129 bilhões em 2005, representando 0,54% do PIB do Brasil. Em 2002, início da Nova Base, o Piauí representava 0,50% do PIB brasileiro. Em 2006 a participação Estadual passou a ser 0,54%, o crescimento de 0,04% representa a cifra de R$ 813,89 milhões.
A soma das participações dos sete maiores Estados na economia brasileira (região sudeste e sul) atingiu 73,1% do total do PIB do país. Em 2003 essa participação era praticamente a mesma (73,6%), o dado evidencia a concentração de renda no país, pois ficam apenas 26,9% da riqueza gerada em 2006 para ser rateada por 20 Unidades da Federação que concentram uma população de 79.900.604 habitantes.
A variação real do PIB Estadual acumulada no período 2003-2006 foi de 16,9% (2004/2003−6,3%; 2005/2004−4,5%; e 2006/2005−6,1%), o que representa uma taxa média de crescimento de 5,6%. No mesmo período o Brasil cresceu a uma taxa média de 4,3% e o Nordeste, 5,3%.
A renda per capita estadual em 2006 foi de R$4.213,00, enquanto a do Brasil no mesmo período foi de R$12.688,00 e a do Nordeste, R$6.029,00. Apesar de ainda permanecermos em última posição no ranking da renda per capita do país, hoje ela representa 70% da renda do Nordeste (65% em 2002) e 33% da renda do país (30% em 2002). Se observarmos as seis menores rendas per capita do país constatamos que todas estão no Nordeste (Piauí, Maranhão, Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Ceará). Não significa que estas economias sejam as menores do país, é preciso ter-se em mente que são Estados que possuem um grande contingente populacional. Em 2006, 27,63% da população brasileira estava no Nordeste e a região representava apenas 13,1% do PIB brasileiro.
Tabela 2 − Produto Interno Bruto per capita do Brasil,
Segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação − 2002 – 2005
Grandes Regiões |
Produto Interno Bruto per capita (1 R$) | |||
2003 |
2004 |
2005 |
2006 | |
Brasil |
9 498 |
10 692 |
11 658 |
12 688 |
Norte |
5 780 |
6 680 |
7 241 |
7 989 |
Rondônia |
6 594 |
7 209 |
8 396 |
8 391 |
Acre |
5 278 |
6 251 |
6 694 |
7 041 |
Amazonas |
8 100 |
9 658 |
10 318 |
11 829 |
Roraima |
7 455 |
7 361 |
8 125 |
9 075 |
Pará |
4 448 |
5 192 |
5 612 |
6 241 |
Amapá |
6 220 |
7 026 |
7 335 |
8 543 |
Tocantins |
5 784 |
6 556 |
6 939 |
7 210 |
Nordeste |
4 355 |
4 899 |
5 499 |
6 029 |
Maranhão |
3 112 |
3 588 |
4 151 |
4 628 |
Piauí |
2 978 |
3 297 |
3 701 |
4 213 |
Ceará |
4 145 |
4 622 |
5 055 |
5 636 |
Rio Grande do Norte |
4 626 |
5 260 |
5 950 |
6 754 |
Paraíba |
3 998 |
4 210 |
4 691 |
5 507 |
Pernambuco |
4 774 |
5 287 |
5 933 |
6 528 |
Alagoas |
3 805 |
4 324 |
4 688 |
5 164 |
Sergipe |
5 718 |
6 289 |
6 824 |
7 560 |
Bahia |
5 031 |
5 780 |
6 581 |
6 922 |
Sudeste |
12 424 |
14 009 |
15 469 |
16 912 |
Minas Gerais |
7 937 |
9 336 |
10 014 |
11 028 |
Espírito Santo |
9 425 |
11 998 |
13 855 |
15 236 |
Rio de Janeiro |
12 514 |
14 664 |
16 057 |
17 695 |
São Paulo |
14 788 |
16 158 |
17 976 |
19 548 |
Sul |
11 440 |
12 677 |
13 206 |
14 162 |
Paraná |
10 935 |
12 080 |
12 344 |
13 158 |
Santa Catarina |
11 764 |
13 403 |
14 543 |
15 638 |
Rio Grande do Sul |
11 742 |
12 850 |
13 298 |
14 310 |
Centro-Oeste |
12 228 |
13 846 |
14 606 |
15 551 |
Mato Grosso do Sul |
8 772 |
9 461 |
9 561 |
10 599 |
Mato Grosso |
10 347 |
13 445 |
13 365 |
12 350 |
Goiás |
7 937 |
8 718 |
8 992 |
9 962 |
Distrito Federal |
28 282 |
30 991 |
34 515 |
37 600 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais/Fundação CEPRO.
Os setores econômicos que mais agregaram valores ao PIB Estadual em 2006 foram: Serviços (8.374 bilhões); seguido do Setor Industrial (1.931 bilhões); e do Setor Agropecuário (1.082 bilhão).
.
Agropecuária
A Agricultura teve variação positiva da ordem de 6,35%, particularmente devido ao desempenho da lavoura permanente, sendo verificado crescimentos expressivos na quantidade produzida de castanha de caju que cresceu em 2006, 71%.
O destaque das culturas temporárias ficou por conta da produção de grãos, sobretudo o feijão que cresceu 41%, e a mandioca 33%. A soja que é o principal produto da pauta de exportações do Estado reduziu sua produção em 34%, este desempenho é bastante influenciado pelos preços do produto que são tabelados por mercados internacionais e experimentaram retração em 2006. O desempenho da soja influenciou significativamente na redução da participação da agricultura na economia piauiense (5,48% em 2006, contra 7,29% em 2003).
A pecuária manteve-se praticamente estável (crescimento de 0,009%).
Indústria
A Construção Civil em 2006 experimentou crescimento da ordem de 13,37% motivado principalmente pelo processo de verticalização da capital Teresina, associado à construção de estradas pelo Governo do Estado que interligou várias pequenas cidades às estradas federais.
A Indústria de Transformação assinalou crescimento de 2,95%. Do valor adicionado à economia pela atividade em 2006, mais de 80% é setor industrial formal que experimentou crescimento de 5%.
A atividade Extrativa Mineral, também se expandiu em 2006, 10,33%, porém pesa muito pouco no contexto da economia do Estado (0,13%).
A Atividade de Serviços Industriais de Utilidade Pública − SIUP, cresceu em 2006, 2,13%. Praticamente as taxas de crescimentos do volume da produção, da geração e da distribuição de energia e água foram as mesmas.
Serviços
Em 2006 ocorreu um crescimento generalizado das atividades que compõem o Setor Serviços, com variações positivas em dez das 11 atividades para as quais o trabalho apresenta resultados. O setor ganhou participação no Valor Adicionado ‘a economia do Estado passando de 71,56% de participação em 2005 para 73,54% em 2006.
O Comércio registrou uma variação expressiva (16,18%), influenciado fortemente pelo desempenho do setor informal (Conta Própria) que representa mais de 30% do Comércio do Estado e experimentou no período crescimento da ordem de 31%, este bom desempenho foi acompanhado de perto pelas vendas de veículos, motocicletas e peças que cresceram em 2006, 23% e representa em torno de 10% do Comércio do Piauí. O crescimento deste segmento foi motivado principalmente pela disponibilidade de crédito para os consumidores; o segmento de vendas de produtos alimentares cresceu 10% no ano de 2006, em função da melhoria na renda do trabalhador, principalmente em face das transferências de renda feitas pelo governo federal. Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio - PMC do IBGE, o comércio varejista do Estado como um todo cresceu em 2006 19,18%, índice superior ao do Brasil (6,45%), sendo considerado o segundo melhor crescimento do Nordeste.
O crescimento do Setor Financeiro (13,20%) está muito associado ao desempenho do conjunto das atividades produtivas (agropecuária, comércio, indústria, etc.) que sempre utilizam o mercado financeiro para efetuar depósitos e aplicações, bem como tomar empréstimos para impulsionar suas atividades produtivas. O desempenho da atividade foi em grande parte motivada pelo aumento do volume na oferta de crédito.
Os Serviços Prestados às Empresas obtiveram crescimento de 6,52%. Esta foi uma das atividades que mais adquiriram importância, não apenas na economia brasileira, mas também no cenário econômico mundial. O crescimento dos custos dos serviços foi um fator de importante estímulo à terceirização, na medida em que gerou pressões sobre os custos das empresas, pressionando-as a substituírem a produção dentro da própria atividade por encomendas a terceiros.
Nesse sentido o processo de terceirização avança velozmente, não apenas nas tradicionais tarefas de limpeza e segurança, passando a ser, com grande intensidade, componente primordial nas áreas especializadas de produção.
As Atividades Imobiliárias e Aluguéis registraram crescimento de 1,97%. Também são estimados por esta atividade, além das Atividades Imobiliárias que se dedicam à compra, venda e administração de imóveis, os serviços de aluguéis de veículos, máquinas, equipamentos e objetos de uso pessoal.
Tabela 3
Variação do Volume do Valor Adicionado do PIB do Piauí por Atividade Econômica 2006/2005
Setores |
% |
Agricultura |
6,35 |
Pecuária e Pesca |
0,009 |
Extrativa Mineral |
10,33 |
Indústria de Transformação |
2,95 |
Indústria da Construção Civil |
13,37 |
SIUP |
2,13 |
Comércio |
16,18 |
Alojamento e Alimentação |
9,84 |
Transporte |
2,83 |
Informação |
0,62 |
Financeiro |
13,20 |
Serviços Prestados às Famílias |
1,15 |
Serviços Prestados às Empresas |
6,52 |
Aluguel |
1,97 |
Administração Pública |
1,09 |
Saúde e Educação Mercantil |
0,03 |
Serviços Domésticos |
-1,72 |
Fonte: IBGE/CEPRO
A Atividade de Transporte experimentou crescimento de 2,83% , o destaque ficou para o Transporte Aéreo, que cresceu em 2006, 14%.
As atividades de Alojamento e Alimentação juntas cresceram 9,84%, sendo que o Alojamento experimentou crescimento de 20%.
A Administração Pública em 2006 cresceu 1,09%, e participou com 26,52% do Valor Adicionado à Economia.
A atividade de Saúde e Educação Mercantil praticamente manteve-se estável (crescimento de 0,03%).
O desempenho da Atividade de Informação − que incorpora as atividades de telefonia, atividades cinematográficas e vídeo, atividades de rádio e televisão, atividades de informática e serviços relacionados em 2006 − experimentou pequeno crescimento de 0,62%, em função principalmente da telefonia móvel que no período cresceu 5%.
Os Serviços Prestados às Famílias registraram crescimento de 1,15%. O componente de informalidade desta atividade é muito alto, e em 2006 esse segmento registrou crescimento de 3%.
Serviços Domésticos experimentou retração de 1,72% no volume da atividade
Tabela 4 − Participação das Atividades Econômicas no Valor Adicionado Bruto,
Piauí − 2003-2006
ATIVIDADES |
2003 |
2004 |
2005 |
2006 |
Total |
100,0 |
100,0 |
100,0 |
100,0 |
Agricultura, Silvicultura e Exploração Florestal |
7,29 |
7,44 |
6,48 |
5,48 |
Pecuária e Pesca |
6,12 |
5,25 |
4,92 |
4,03 |
Indústria Extrativa Mineral |
0,16 |
0,14 |
0,14 |
0,13 |
Indústria de Transformação |
7,56 |
6,45 |
7,05 |
7,17 |
Construção |
4,33 |
5,69 |
5,52 |
5,50 |
Produção e Distribuição de Eletricidade e Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana |
3,37 |
4,44 |
4,33 |
4,15 |
Comércio e Serviços de Manutenção e Reparação |
14,76 |
14,16 |
15,51 |
18,70 |
Serviços de Alojamento e Alimentação |
1,11 |
0,91 |
1,30 |
1,45 |
Transportes, Armazenagem e Correio |
3,14 |
3,80 |
3,9 |
3,48 |
Serviços de Informação |
2,99 |
3,26 |
3,07 |
2,76 |
Intermediação Financeira, Seguros e Previdência Complementar |
3,70 |
3,38 |
3,86 |
3,80 |
Serviços Prestados às Famílias e Associativos |
2,00 |
2,08 |
2,29 |
2,34 |
Serviços Prestados às Empresas |
2,06 |
2,47 |
1,81 |
1,80 |
Atividades Imobiliárias e Aluguel |
10,49 |
10,16 |
9,91 |
9,16 |
Administração, Saúde e Educação Públicas |
26,96 |
26,49 |
26,48 |
26,52 |
Saúde e Educação Mercantis |
2,24 |
2,06 |
1,67 |
1,84 |
Serviços Domésticos |
1,73 |
1,82 |
1,76 |
1,69 |
Fonte: IBGE/CEPRO