O economista piauiense e ex-ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso, morreu de causas naturais na manhã desta terça-feira (19), aos 87 anos, no Rio de Janeiro, onde morava com a família. A Fundação Cepro se solidariza com a família do ex-ministro que foi tão importante para o desenvolvimento do Estado do Piauí.
Reis Velloso nasceu em Parnaíba no dia 12 de julho de 1931. Na sua cidade natal foi professor e em março de 1951 transferiu-se para o Rio de Janeiro. Em 1955, mudou-se para São Paulo, onde ingressou no Banco do Brasil e iniciou o curso de economia na Fundação Álvares Penteado em 1957.
No ano seguinte foi transferido de volta para o Rio como assessor da presidência do Banco do Brasil, continuando o curso de economia na atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde se formou. Em setembro de 1962 foi para a Universidade de Yale, em New Haven (EUA), onde permaneceu até maio de 1964, obtendo o título de mestre em economia.
De volta ao Brasil, já no governo do marechal Humberto Castelo Branco, foi incumbido de organizar o Escritório de Pesquisa Econômica e Social Aplicada (EPEA), atual Instituto de Planejamento Econômico e Social (Ipea), exercendo a chefia da instituição até 1968.
Ao longo de sua passagem pelo governo, Reis Velloso ajudou na formulação dos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND). O ex-ministro trabalhou em diferentes governos desde o início da ditadura militar.
Na década de 1970, ele foi fundamental na liberação de recursos para construção da infraestrutura no Piauí, o que possibilitou a realização de grandes obras no Estado entre 1971 a 1975. Também, foi ideia sua a criação do Conselho Costa do Delta.
O ex-ministro foi um dos economistas mais influentes do regime militar ao ocupar o cargo de ministro do Planejamento entre 1969 a 1979, nos governos de Emílio Médici e Ernesto Geisel.
Em julho de 1973, Reis Veloso tornou-se professor da Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Sob a coordenação de Reis Veloso, foi elaborado, entre maio e agosto de 1974, o II PND, aprovado pelo Congresso no segundo semestre de 1974. Afastou-se da vida política, em 1979.
Visitando o Piauí em agosto de 1980, foi homenageado pelo então governador Lucídio Portela, do Partido Democrático Social (PDS) e em abril de 1981 tomou posse na Academia Piauiense de Letras, na cadeira que pertencera a Odilo Costa Filho.
Publicou duas obras: Brasil, a solução positiva (1978) e O Brasil e o Plano Bush: oportunidades e riscos numa futura integração das Américas (1991), além de vários artigos de análise econômica.
O governador Wellington Dias manifestou pesar e decretou luto oficial de três dias pelo falecimento do economista piauiense.