A Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí (Cepro) está capacitando técnicos para a formação de um Núcleo de Estudos Demográficos. Isso porque o Piauí precisa estar preparado para integrar  um grupo de trabalho com o objetivo de consolidar metodologias voltadas para estudos populacionais, o qual será coordenado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o presidente da Cepro, Oscar de Barros, a equipe da Cepro vai trabalhar com outros estados sob a coordenação do IBGE. “Estamos na fase de treinamento, mas o Piauí já participa de discussões há três anos durante encontros realizados pela Associação Nacional das Instituições de Planejamento, Pesquisa e Estatística (ANIPES), além do próprio IBGE.”

Ele informou que estudos populacionais para pequenas áreas é de competência dos estados e municípios, “por isso a Cepro está se estruturando para fazer a sua parte, antes, inclusive, da realização de capacitações dos estados pelo IBGE”, disse.

Para isso, a Cepro trouxe pela segunda vez ao Piauí o pesquisador da Superintendência de Estatísticas e Informações do Estado da Bahia (SEI), José Ribeiro Guimarães, para orientar técnicos da Fundação sobre Demografia, área da ciência que estuda a dinâmica populacional humana. O treinamento foi realizado nos últimos dias 12 e 13, com a abordagem de questões atuais dessa área de pesquisa bem como sobre procedimentos metodológicos de estimativas da população e o uso de modernas tecnologias.

José Ribeiro Guimarães é também diretor da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), especialista em estudos demográficos e participa de diversos fóruns nacionais e internacionais sobre o assunto. Para ele, a cultura do uso da informação ainda é incipiente na gestão pública. “Tem tido avanços, mas ainda estar muito distante do que poderia ser, isso porque o gestor não sabe transformar a informação, muitas vezes construida pela própria administração pública, em ação. Essa situação é pior quando se trata de dados estatísticos construidos por órgãos de pesquisa como o IBGE”, comentou José Ribeiro. Ele acrescentou que a proposição de políticas públicas com segurança se faz com base em dados estatísticos em detrimento do achismo.

De acordo com o gerente de estatística e informação da Cepro, Elias Barbosa, que vai coordenar o núcleo, a Cepro vai trabalhar com o Sistema de Projeção da População para Pequenas Áreas (SIPROJ) do IBGE, no qual já atuam alguns estados como São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná.