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Emprego formal no Piauí cresce 124% em duas décadas
10/04/2008 - 00:10:57  
  
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Pesquisa revela qualidade do emprego

O número de trabalhadores com carteira assinada no Piauí passou de 130 mil em 1985 para 293 mil em 2006, uma variação de 124%. Foi o que revelou a pesquisa Evolução do Emprego Formal no Piauí, realizada pela Fundação Centro de Pesquisa Econômica e Social do Piauí (Cepro), divulgada nesta terça-feira, 08, no auditório da Secretaria de Planejamento (Seplan).

O trabalho faz uma abordagem quantitativa e qualitativa do emprego formal no Estado e nas cidades de Teresina, Campo Maior, Floriano, Parnaíba, Picos, Piripiri, São Raimundo Nonato e Uruçuí no período de 1985 a 2006. A pesquisa refere-se aos estabelecimentos, vínculos empregatícios, faixa-etária, escolaridade e salário médio.

Os estabelecimentos formais no Piauí passaram de 4,7 mil em 1985 para 16,3 mil em 2005 e 17,7 mil em 2006. Somente entre os dois últimos anos foram criadas 1.383 novas firmas e gerados 14 mil empregos. A evolução foi mais significativa a partir de 1994. De acordo com o coordenador da pesquisa, Sebastião Carlos, “esse comportamento teve influência da estabilização econômica, fruto do Plano Real.”

As microempresas representam a maioria das firmas criadas, com o aumento de 345%, passando de 4.041 estabelecimentos em 1985 para 16.060 em 2006. Já as grandes empresas que saíram de 41 estabelecimentos para apenas 62 em 2006.

No entanto, as grandes empresas são as que mais empregam no Estado. Em 1985, 49% dos trabalhadores com carteira assinada estavam vinculados às grandes empresas, em 2006, essa representação percentual passou para 38%. No mesmo período a proporção de vínculos nas microempresas saiu de 12% em 1985 para 20% em 2005.

Somente em 2006, foram gerados 280 empregos na indústria; 2.159 no setor de construção civil; 4.259 no comércio; 6.623 nas empresas prestadoras de serviços e 729 no setor agropecuário.

As grandes empresas também remuneram melhor, sendo a média salarial em 2006 de R$ 1.157,35, enquanto a média das microempresas ficou em R$ 577,66. Principalmente a partir de 1994, o salário médio do trabalhador piauiense evoluiu de forma estável também devido ao efeito do Plano Real.

Em termos setoriais, as empresas prestadoras de serviços pagaram os melhores salários (R$ 1,074,64 em média) seguida pela indústria (R$ 931,90) e tendo o comércio como o setor onde a remuneração média foi menor (R$ 554,30).

Quanto à faixa etária, os trabalhadores entre 25 a 29 anos são maioria em todo o período a analisado, 72,97 em 1985 e 68,58 em 2006. Detalhe interessante foi observado na proporção de pessoas de 50 anos ou mais no mercado de trabalho no Piauí que aumentou de 10% para 19,65% de 1985 a 2006. “Isso ocorreu em detrimento da queda na participação das faixas entre 24 anos e entre 25 a 49 anos que caíram de 17,03 e 72,97 para 11,77% e 68,58%, respectivamente”, explica Sebastião Carlos.

Em relação ao gênero, as mulheres aumentaram a participação, saindo de 20,85% em 1985 para 34,80 em 2006. Nesse último ano, a presença feminina chegou a 70,85% nas empresas prestadoras de serviços. Porém, em todos os outros setores analisados, a presença masculina é maior.

A densidade educacional medida pelo índice de escolaridade registrou aumento em todos os setores do mercado de trabalho no Piauí, consequentemente, o índice geral subiu de 0,159 em 1985 para 0,224 em 2006, significando uma variação de 40,88%. De 1999 a 2006, o aumento do índice foi refletido pela participação relativa maior de pessoas com ensino médio completo e ensino superior no mercado de trabalho. No setor industrial e na construção civil as variações ficaram acima de 100%.

Teresina

No geral, o desempenho da capital Teresina refletiu resultados mais satisfatórios, segundo Sebastião Carlos, “devido, entre outros fatores, a urbanização, maior participação do poder público e sindicatos”.

Quanto aos estabelecimentos formais, em Teresina existiam 2,4 mil em 1985, passando para 9,7 em 2006. O emprego total variou 109% nesse período. Entre 2005 e 2006, a variação chegou a 3,38% com saldo positivo de 6.366 empregos. Em relação às grandes empresas, houve uma queda de 1,03% vínculos, com um saldo negativo de 287 demissões causadas no comércio (-5,61), indústria (-8,41) e serviços (-1,73).

Em 2006 foram gerados 687 empregos na indústria, 1.949 na construção civil; 2.191 no comércio; 1.383 no setor de serviços e 156 vínculos na agropecuária.

Na capital, são as médias empresas que remuneraram melhor (R$ 1.567,13). Como ocorreu no caso do Piauí, foi no setor de serviços onde se verificou a média salarial maior (R$ 1.308,42) seguido da indústria (R$ 1.013,66) e tendo nas empresas agropecuárias a média salarial menor (R$ 505,24).

Diante do grau de urbanização da cidade de Teresina, o índice de escolaridade do trabalhador formal resultou em valores maiores que o Piauí saindo de 0,193 em 1985 para 0,233 em 2006. Como ocorreu em relação ao Estado, o setor de serviços ficou com o maior índice (0,258), tendo o setor agropecuário registrado o menor índice (0,090).

Qualidade

Para saber se o aumento quantitativo foi acompanhado por uma evolução positiva a Cepro elaborou o Índice de Qualidade do Emprego Formal (IQEF) que é uma média ponderada – com variação de zero (pior) a um (melhor) – entre os índices de rotatividade, concentração salarial e escolaridade.

A conclusão que se chegou é que, apesar do aumento quantitativo, a qualidade do emprego formal no Piauí diminuiu, “devido à queda no índice de concentração salarial. A proporção dos trabalhadores que ganham acima de dois salários mínimos diminuiu”, disse o presidente da Fundação Cepro, Oscar de Barros.

No Piauí, o IQEF em 1999 era de 0,603 caindo para 0,584 em 2006, variando negativamente em 3,15%. Houve um aumento no índice de rotatividade de 0,847 para 0,865 refletindo maior estabilidade no emprego. Porém, ocorreu queda no índice de concentração salarial que saiu de 0,457 em 1999 para 0,342 em 2006.

Em Teresina, o IQEF saiu de 0,590 em 1999 para 0,632 em 2004 e 0,619 em 2006. O índice de concentração salarial saiu de 0,517 em 1999 para 0,436 em 2006.

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