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Governo desenvolve programas de convivência com a seca
14/07/2016 - 09:54  
  
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Governo desenvolve programas de convivência com a seca
O Projeto Viva o Semiárido, desenvolvido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural (SDR), identifica três linhas básicas de ação de convivência com o Semiárido, caracterizado pela escassez de chuvas e pela má distribuição dessas. Uma dessas linhas está vinculada a uma perspectiva econômica, com o direcionamento dos investimentos em projetos produtivos apropriados para a realidade das comunidades atingidas pela intempérie.

Segundo Francisco das Chagas, o Chicão, da Diretoria de Combate à Pobreza Rural (DCPR), em relação aos projetos produtivos, foram elaborados os planos de negócio, financiando essas atividades para que as famílias da região invistam em ações que produzam e gerem renda, mesmo considerando as adversidades climáticas.

Outras linhas de ação envolvem a Educação, no que tange a convivência com as condições desfavoráveis. Na educação formal, estão sendo capacitados professores com a inclusão de conhecimento transversal, como, por exemplo, em relação a matemática, colocando ,na prática com os alunos em sala de aula, o cálculo da demanda de consumo de água pelos animais; da mesma forma está sendo feito com as demais disciplinas, desenvolvendo um conteúdo vinculado à realidade do campo.

Outra linha de ação é baseada na oferta de cursos semiprofissionalizantes que capacitem os jovens na convivência com essas adversidades, aplicados nas áreas que têm viabilidade como no extrativismo, atividades de criação de caprinos, estocagem de forragem, manejo alimentar de animais e da água para a criação e para a produção de cultivos.

O produtor José Mirionaldo Macedo, tesoureiro da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do município de Betânia (Ascocobetânia), comemora a chegada dos equipamentos relativos à primeira etapa do Projeto Viva o Semiárido, composto por um caminhão e equipamentos para o trator, uma carreta, uma empilhadeira, uma grade aradora e um guincho. Ao todo, 136 famílias serão beneficiadas com o projeto que, na segunda etapa, prevista para o mês de agosto, entregará ainda um Centro de Manejo para Caprinos que vai atender diretamente 95 famílias.

O diretor afirma que, em outras épocas, uma seca de 5 ou 6 anos como esta que o agricultor está vivenciando, embora tenha chovido um pouco mais neste ano, gerava muitas mortes que oficialmente não eram creditadas à seca propriamente dita, ou a fome decorrente do período de estiagem, mas que de fato era consequência direta desse período. "Muita gente morria de fome em função da seca", comenta Chicão.

Na mesma análise, o diretor de Combate à Pobreza Rural cita que a ausência de saques, comuns em outros contextos históricos, também reflete tanto às políticas estruturantes quanto às compensatórias adotadas pelo governo, envolvendo também a percepção e a compreensão de que o fenômeno da seca sempre aparecerá e, algumas vezes, de forma mais severa, aumentando as dificuldades e o impacto socioeconômico sobre as populações atingidas. Assim, o aumento do número de cisternas, barraginhas e outros tipos de reservatórios de água já está dando resultados positivos.

A ideia é massificar esta política e as ações vinculadas a mesma, assim como trabalhar a concepção de direcionar as atividades econômicas para aquelas mais propícias à região, como, por exemplo, a criação de caprinos, abelhas e outros animais que tenham um menor consumo de água.

Ações do Crédito Fundiário

Nesse período, o Crédito Fundiário (CF) contrata algumas novas unidades de crédito, além do projeto coletivo possibilitar a perfuração e construção de poços tubulares, já que há problemas na região do Semiárido, de baixa vazão e má qualidade da água, que fica imprópria para o consumo. Os recursos também possibilitam que as famílias construam cisternas, que é uma alternativa incentivada pelo CF, que vai desde a implementação da unidade produtiva após a aquisição de terras.

Outra medida que está em andamento por meio da SDR é o processo de licitação de equipamentos necessários para a reestruturação de algumas unidades.

Quanto às providências para perdas na produção, como dos quintais produtivos do Crédito Fundiário tiveram perdas de mais de 50% de suas áreas plantadas de caju anão precoce, a secretaria, por meio do Crédito Fundiário, também está encaminhando a reestruturação destes quintais que tiveram perdas, como é o caso do município de Picos.

Inovação

Uma das novidades no que se refere às medidas de convivência com o Semiárido é a produção de forragem, quando os agricultores receberão a infraestrutura necessária com equipamentos adequados e acompanhamento técnico, para poder armazenar a forragem de plantas nativas e algumas produzidas para o período de escassez de chuvas, que serão consumidas pelos animais

A diretora do Crédito Fundiário, Patrícia Vasconcelos, acrescenta que esse acompanhamento será feito por meio de um termo de cooperação técnica com o Emater, que viabilizará o trabalho com a contratação de empresas, processo que está em andamento. “Quero destacar também o avanço das medidas relativas ao Pronaf A. Ano passado e no primeiro semestre de 2016 avançamos nas liberações junto ao BNDES, BB, às famílias e ao crédito fundiário, tanto na renegociação de dívidas, como em novas propostas de investimentos e custeio do Pronaf”, pontuou Patrícia.

Renegociação das dívidas

Para as renegociações que tinham prazo para dar entrada com toda a documentação exigida nas instituições financeiras até 30 de junho, foi realizada uma força tarefa com apoio do secretário Francisco Limma, que disponibilizou equipe e estrutura necessária para identificar, na região, associações e agricultores, individualmente, que estavam com pendências com o pagamento da terra, a fim de retomar os processos. A meta foi considerada positiva, já que foi atingida em 86%.

A equipe do Crédito Fundiário destaca que nesse trabalho foi possível identificar que a maioria das famílias ficou em débito por causa das dificuldades enfrentadas com a estiagem, como queda na produção e escassez de água e não por descaso.

O secretário Francisco Limma destaca que todas estas medidas que envolvem melhoria de infraestrutura para o aproveitamento e o acesso à água e investimento na educação, são ações importantes para que a população tenha condições e possa conviver com a estiagem. "O fortalecimento da produção da palma forrageira, do sorgo, da mandioca são ações que estimulam a adequação a esta realidade, desde a distribuição de pequenos kits até a irrigação em larga escala. A SDR, junto ao Emater, vem fortalecendo esta orientação do governador Wellington Dias, que inclui a preparação da produção mais adaptada à realidade do Semiárido, por meio do PVSA, numa parceria com a Seduc e outros órgãos afim de fortalecer a capacidade das famílias desta região a conviverem com a seca", concluiu o gestor.
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