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Piauí registrou apenas 97 empregos com carteira assinada no 1º semestre
14/08/2015 - 10:25  
  
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Emprego formal

O Piauí não está ileso da tão falada crise econômica que afeta o país. De acordo com os números apresentados pelo Ministério do Trabalho e Emprego através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o primeiro semestre de 2015 registrou apenas 97 novos empregos com carteira assinada no estado, quando equilibradas as admissões e demissões dentro do Piauí.

Os números mostram que nos primeiros seis meses do ano foram registrados 62.392 novos empregos em todo o território piauiense. Apesar dos empregos gerados, o problema é que, no mesmo período, outras 62.295 pessoas ficaram desempregadas, gerando o saldo de apenas 97 novos postos de trabalho.

Em Junho ocorreu o pior resultado mensal do semestre, com um déficit de 879 empregos formais (diferença entre admissões e desligamentos) de acordo com economistas da Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí - CEPRO, que analisam os números do Caged de forma trimestral, semestral e anual e apresentam no boletim analítico Conjuntura Econômica. O quadro comparativo, de acordo com a análise, apresentado no primeiro semestre deste ano em relação ao primeiro semestres de 2015 não deixa margens a dúvidas: Enquanto em 2014 foram criados novos 7066 postos de trabalho, em 2015 o saldo semestral foi de somente 97 postos.

De acordo com a pesquisa, o grande vilão dos desempregos no Piauí foi o setor da construção civil. O segmento registrou quase 4.500 demissões no primeiro semestre. Para o economista e presidente da Fundação CEPRO, Cezar Fortes, fatores como a grande oferta de novos imóveis nas grandes cidades, o endividamento das empreiteiras, obras paralisadas e até mesmo os escândalos de corrupção descobertos pela operação Lava Jato contribuíram para as demissões. Segundo ele, analistas do setor acreditam que a recuperação da construção civil no país, somente acontecerá em 2017.

“Especificamente para o Piauí, acrescenta-se que o setor público estadual, ao interromper um número importante de obras públicas (rodoanel de Teresina, duplicação das BRs, novos viadutos em Teresina, Picos, etc...) dificultam o desempenho do setor. A perspectiva de breve retomada destes investimentos públicos, no entanto, pode aliviar o quadro de desligamento de pessoal na construção civil estadual”, explica o economista e presidente da Cepro, Cezar Fortes.

O comércio também registrou um desligamento de funcionários superior às admissões, déficit de 158 postos de trabalho.

Serviços - Pelo lado positivo, o setor de serviços apresentou um saldo líquido de 3548 novos postos de trabalho na primeira metade de 2015. “Apesar deste número significar 40% a menos, em relação a igual período do ano anterior, trata-se do setor que mais gerou novos postos de trabalho em 2015”, explica o economista Cezar Fortes. 

Segundo ele, as atividades relativas aos Call Centers criados em Teresina, explicam parcialmente tal desempenho. “Em 2014, as duas empresas de call center contrataram, de maneira crescente, uma mão de obra ávida pelo primeiro emprego. A partir de março de 2015, no entanto, a crise nacional também atingiu o setor. E os desligamentos começaram a superar as admissões. Atualmente, o contingente ocupado é inferior a 25% daquele observado no ano passado”, pontua o presidente da Cepro.

Também merece registro – pelo lado positivo – os serviços industriais de utilidade pública, ligados à distribuição de energia, água e saneamento. Juntos, eles criaram 1066 novos postos de trabalho no 1º semestre deste ano.

De acordo com a Fundação Cepro, mesmo com as demissões, o Piauí ainda possui o melhor desempenho entre os estados da região Nordeste. "Os outros oito estados fizeram com que o Nordeste tivesse reduzido neste primeiro semestre de 2015 cerca de 168 mil empregos formais, com carteira assinada.

Evolução do Emprego nos Municípios Mais Populosos - A atual crise econômica, não se manifesta de maneira homogênea através do território piauiense. Assim, dentre os 15 maiores municípios do Estado, oito desempregaram e sete empregaram, o resultado final apresentou uma diminuição de 517 postos de trabalho neste 1º semestre de 2015.

A situação Regional - Após gerar novos 588.971 postos de trabalho na primeira metade de 2014, o Brasil destruiu 345.417 postos em igual período de 2015. Este é o aspecto mais doloroso da atual crise brasileira. O Nordeste, por seu lado, continuou destruindo empregos em 2015, totalizando 167.792 (49% do total nacional). Em resumo, o drama do desemprego (pelo menos no referente ao emprego formal) está atingindo mais a região do que a média nacional. 

Desta forma, segundo dados analisados pela Fundação Cepro, todas as unidades federativas apresentam desligamentos superiores às admissões, exceção feita ao Piauí que teve um leve saldo positivo. “Tal fato reforça a tese – já apontada pelo IBGE – de que o Estado apresenta a menor taxa de desemprego da região, apesar do nível de remuneração média ser um dos mais baixos do País”, explica Cezar Fortes.

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